quinta-feira, 22 de março de 2018

Será que o caos transforma ou da transformação surge o caos?


E no meio do caos, o caos se fez presente..
Quando o caos vira rotina a vida vira um ponto incessante..
Uma vontade incansável de apenas esperar o caos passar..

E quando o caos domina...

Tudo que era um ponto de partida passa a não fazer mais sentido..

O sentido no caos se depôs..
para permitir que o caos viesse.
depois...

Se torna partida...

Como o início de uma vida..
e a transmuta a inércia em ação...

Até o ponto que chega..
E depois se desgasta em emoção..
Do que poderia ter sido..

E do que não faz mais sentido.. se acaso tivesse sido...
Ou viesse a ser...

O caos da chegada..
A verdade inacabada passa a ser morada...

A morada do ser..


O ser que não sabe se existe ou se um dia existiu..
Só sabe que um dia partiu...

Para então voltar a nascer..


A mensagem do caos..
Da incansável lástima que se fez morada..
E a lágrima que passou a não mais incomodar...

A poesia existiu...

E um dia partiu...


Quando o caos se instaura..
E o sentido se depara com a falta de que sentido fazer...

Quando as palavras cessam...
O corpo nega...

Mas não tem mais o que fazer...


A imensa vontade é a manifestação da verdade de um dia renascer..

O caos...

Do caos se extinguiu  e tudo que um dia existiu...
Enfim voltou a (re)nascer..
Como sempre quis ser..
E nunca soube querer...

Só ser...



quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Eu resolvi voar e, por um tempo demorei para abrir as asas e percebi que estive muito mais apegada ao galho que me segurava e, me mostrou o mundo de um lugar mais alto do que às asas que pesavam em minhas costas.

Manter as asas fechadas me fez olhar demais para baixo e só enxergar o chão, que se aproximava e se afastava em níveis variados. Muitas vezes parecia se aproximar mas uma sensação de tonteira me fazia retomar o olhar e fixar novamente na estrada, que eu não sabia porque me sentia mais elevada, mas mesmo assim, com as costas pesadas...

Quando eu resolvi voar eu decidi que queria ver o mundo do alto e pensei por muito tempo que o alto que conseguia e que me prendia ao chão (mais alto) fosse o que me sustentava e o que ampliava o meu campo de visão. Quando eu resolvi voar eu caí, e por muitas vezes me levantei mas cada vez que eu subi eu decidi que me elevaria um pouco de cada vez.

Eu quis voar mas não conseguia entender até aonde poderia chegar.. 

Na verdade eu pretendi voar com pernas maiores e não conseguia ver toda a amplitude do horizonte que se expandia à cada patamar que eu subia. 

Eu não percebi que minhas asas eram o que pesavam e o que, na minha visão turva e condicionada me fazia cambalear. Eu decidi voar mas não percebi os sentidos e não entendi que nunca me faltariam asas para que pudesse chegar em níveis aonde elas antes me fizeram falta.... 

Até que um dia o galho em que eu me apoiava foi partido e eu nem percebi... 

Eu senti o peso das minhas ações e meu passado que perdurava e não imaginava que o peso nas minhas costas eram das minhas asas fechadas. 

Eu me vi sem o galho e sem o impulso mais alto que me prendia ao chão, eu não via mais o chão e não conseguia mais enxergar aquela mão que antes eu procurava quando precisava me sentir alimentada. Eu procurava mas não compreendia que a mão que me prendia ao impulso de voar era a mesma que não mais me garantiria sentir o mundo como parte da minha alma.

E nesse momento eu me vi com as asas fechadas mas as minhas costas não mais pesaram. Cicatrizaram! E eu passei a cuidar de quem eu teria que ser com as asas ao invés dos apoios e sem contar com a mão que me impulsionou a vontade de levantar o vôo. 

Eu tentei encontrar o meu ninho e tentei voar de volta para a montanha de onde eu me vi despencar mas já fazia muito tempo que o ninho não mais existia e eu já sabia que não encontraria os pares com quem eu um dia tive medo de decolar. 

Eu precisei refazer meu ninho e entender que aquele era o meu caminho e que não era o galho que me impulsionava que me dava a segurança da altura que precisava. Tampouco a mão que me guiava o que me garantiria voltar. Eu precisei abrir as minhas asas para sentir o vento e entender que a dor de mantê-las fechadas e as minhas costas pesadas não mais superava a vontade de entender o que aconteceria no dia que eu conseguisse abri-las e plainar no horizonte...

Entendi que o sentido do vento e o que o que me movia ao vôo não era o mesmo que me fazia continuar a voar.  Eu vi que pouco sei do fluxo e nada sei da vida sem os galhos que me seguravam mas que não é só o vento que dá a direção. 

Eu me permiti sentir e as minhas asas não mais pesaram, os meus sentidos não mais se explicaram e eu não consegui mais explicar a razão. Não consegui quantificar e nem ao menos entender, só sei que a dor parou de doer e que agora não preciso mais saber o quão alto eu terei que chegar. Porque não preciso de garantias quando eu sinto as minhas asas abertas.  O quanto o Universo pode me conceber uma "nova" forma de perceber o quão importante é seguir adiante. E o quanto o desconhecido do abismo se desfaz depois do frio na barriga e da liberdade da queda para que seja necessário subir novamente e seguir em frente. 

Certa vez, um rei muito sábio e justo foi presenteado por seus súditos com uma águia branca. A bela ave por sua beleza, foi posta numa árvore bem em frente à janela do rei, de forma que ele todos os dias ao abrir a janela, visse a águia com sua exuberante beleza alçar vôo. Os dias se passaram e o rei não viu a águia voar, ela se recusava a alçar voo, a sair do galho onde a puseram. O rei preocupado, chamou seus magos e conselheiros para saber o que houve com a águia. Ninguém sabia dar uma resposta, os dias se passavam e a águia lá parada. Exauridas todas as possibilidades físicas para que a ave voasse, o rei desistiu. Ele era o único rei a ter uma águia branca, mas também o único a ter uma águia que não voava. Inconformado com a ideia, o rei ofereceu um prêmio em terras pra quem fizesse sua águia voar.
Começou uma verdadeira corrida para fazer a águia voar. De bruxaria a morteiro de 5 tiros foi tentado...e nada! A tristeza do rei também era a de seus súditos. E em uma bela manhã de sol, ao abrir a janela o rei já acostumado com a águia no galho, teve uma surpresa ao olhar o que sobrou do galho: a águia não estava mais lá. “Roubaram minha águia” – pensou o rei. E ao levantar os olhos ao céu para reclamar, eis que surge, majestosa, dona de um voo sem igual, de beleza realmente rara, a sua águia. 

Houve um alvoroço no reino: “Quem fez a águia voar? Ninguém reclamou o prêmio oferecido”. Então um belo dia os soldados do rei adentram no castelo trazendo um aldeão, velho, molambo, mas com olhos sábios e alertas. E o rei pergunta ao chefe da guarda: - Que mal cometeu esse pobre homem? - Majestade, esse homem foi o responsável por sua águia ter voado. – disse um soldado. Então, admirado com a proeza, o rei indaga: Homem, que magia usastes para tal evento? E o ancião, humilde e tremulo, responde: - Nada em especial meu rei...Apenas cortei o galho! Às vezes é necessário que cortem nossos galhos para que possamos voar mais alto. (Autor desconhecido)


terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Eu queria te acalmar, mas antes de tudo eu preciso cuidar de mim.. Eu posso parecer "wonder" o que você quiser, e por muito tempo eu quis me identificar com essa nomenclatura.. Eu ousei materializar essa figura com capa e corda, mas com o tempo essa imagem só me mostrou o quanto ridículo foi tentar ser wonder woman e o quanto eu não quero mais.. Eu só quero mesmo ser essa aí, cheia de defeitos, de acertos e de muito mais erros, mas que não se cansa de tentar acertar..

Eu vi que não sei o caminho, mas também já vi que não me importo em não saber. E, por favor não me confunda, nem me projete, entenda que de você, se eu tiver que esperar algo, só espero que você seja você. Não defino papéis e, por mais que eu sincretize "um mundo ideal" eu aprendi a sentir a arte e, usar o sentimento para viver e seguir o meu caminho, aprendendo e querendo ser melhor a cada dia.

Estou fazendo a minha parte e vejo e por mais que ande e, me perca em um labirinto de espelhos, a (nossa) vida é muito mais que um labirinto interminável, ou uma situação de difícil resolução. A (nossa) vida é, e pode ser o reflexo de nós mesmos e esse labirinto tem mais que dois lado e buscar a saída pode ser menos divertido que olhar para os muitos lados do caminho. Tantas direções... e olha que eu sou claustrofóbica..

Me dá a mão e me deixa te ver para não me apavorar. Me deixa saber que mesmo entre tantos espelhos e nesse labirinto que não cessa, que uma hora ou outra, a gente vai se encontrar. Mas vamos nos olhar e sentir, e parar!

Parar nesse processo em que nós dois nos descobrimos a cada dia e parar de gritar um com outro o que somos ou o que não somos e simplesmente nos olharmos. Nesse espelho que nos define, ou que nos mostra que não temos definição. Então, só me dá a sua mão..

Eu não sei mais como te pedir e não consigo deixar de existir e ser o que você me mostrou, porque a todo momento eu me vejo e penso ver um pouco de você, mas muito mais rápido que gostaria, vejo que você que pensei encontrar, na verdade era um lado meu que eu não quis olhar.

E quando eu paro. Quando penso e quando deixo de olhar e pensar eu consigo te ver e percebo um novo você.  E quando penso que tudo cessa, que deixaria de seguir eu vejo que a saída é ainda mais distante e o caminho é realmente tudo que não conheço. Poderia gritar? Correr? Parar? Deveria poder, mas eu resolvi aceitar que nada vai conseguir mudar e que eu só vou entender quando deixar de buscar.

E nesse momento eu resolvo olhar para mim e, me encontro além do espelho. Encontro um novo mundo a cada movimento que nem sabia que conseguiria fazer (ou ser), só sentir. E alí, dentro de mim, eu vejo você.

Mas nessa hora que,  poderia soar egoísta, egóica e esquisita, eu vejo que um outro ser além de mim, só consegue se ver (e me ver) em si. E essa é a sensação mais estranha e, até mesmo para mim intensa demais e, a falta de perspectiva, ou de expectativa mudam de lugar. E de repente te vejo gritando no espelho mas me vejo além do espelho e vejo que seria inútil gritar de volta. Porque seria um espelho sobreposto, uma vida exposta e que só saberíamos mais de nós mesmos, projetados na imagem que somos, no outro.

Nesse momento, nem sei porque e nem como. Eu que sempre consegui expressar em palavras, o que vem do coração me torno uma pessoa direta e falo coisas simples e concretas que nunca falei para ninguém. É estranho perceber que meu coração talvez tenha se tornado uma linha reta e que as linhas curvas que me definiam como que, por magia caíram e agora eu preciso me definir para você.

Mas eu simplesmente não preciso, porque não consigo e porque,  meus gritos serviriam de nada para expressar o que eu realmente sou. Mas espera, por um momento você duvidou? E duvidando quem eu era, pensou ver na figura que não era um reflexo do meu eu e por isso, me rejeitou? E agora? Eu preciso provar que eu sou quem eu realmente sou, mas que na verdade, durante tanto tempo, precisei fugir e fingir não ser para mostrar para você que eu posso ser essa "eu" cheia de sentidos desconexos que se perderam e que sempre precisei ocultar para provar quem sou?

Mas se sempre que me expressei precisei mudar, como posso ter que provar quem eu sou sem te fazer sofrer, pois sempre que consegui me expressar e simplesmente ser, eu acabei por atrapalhar o caminhar de quem deveria ajudar? E eu não quero te atrapalhar...

Só quero que você siga seu caminho, no labirinto, dos espelhos, na vida... que seja você...  que me dê a mão, do jeito que for... e queria saber o porque, de sempre te encontrar. Na verdade eu cansei de querer, de entender.... acho que chegou a hora de sermos responsáveis pelos nossos erros, acertos e defeitos... somos... somos dois... mas sempre seremos cada um...

E se nessa mudança.. nesse processo de quarto escuro e transformação, precisarmos nos entregar as nossas falhas, à nossa escuridão para ver a luz... que saíamos em um vôo mais alto, que a rasante não nos atrapalhe e, quando um pedaço de maçã (?!?!) tentar te derrubar, que você saiba que do mesmo jeito que pedi sua mão no labirinto, nos espelhos.... te ofereço a minha... lá do alto ou do seu lado... prá te puxar, te empurrar... e mesmo sem capa e sem corda, derrubar as paredes que um dia te impediram de voar...  Eu te prometo ver a luz e quando a escuridão ameaçar te cegar, te mostrar a força das suas asas, te impulsionar e te lembrar, que ninguém nem lá de dentro do espelho é capaz de te derrubar......daqui do alto...

sexta-feira, 22 de maio de 2015

E um dia tudo mudou... na verdade mudou a perspectiva de um mundo em que eu achava que habitava, mas vi que por ele eu só passeava. Mudaram as palavras, mudaram os sentimentos, mudaram as prioridades, eu mudei...

E esse processo, enquanto processado raramente é percebido, mas no meio disso tudo eu entendi que pouco importa o destino, o que vale é o caminho. Eu sei, já tinha percebido (e escrito isso aqui) faz tempo, mas é justamente durante todo esse tempo. Foram crises,  cobranças e um monte de expectativa que, sinceramente não consigo nem entender o porque, já que eu mesma percebia em todos aqueles momentos que pouco me importava o que esperar. E a verdade é que sempre pouco importou. Mas não foi sempre assim....

Eu precisei me desintegrar, precisei olhar para dentro para descobrir quem eu realmente era e quando eu descobri, me aceitei e me amei, vi que na verdade tudo isso só importava para mim. Porque continuava sempre, sendo a expectativa de alguém. Sempre! Mas comecei a perceber que não mais me reconhecia na expectativa de ninguém e, por um momento isso me fez questionar quem eu era de verdade. Como viver sem esperar e o que? Mas o que esperar quando você não faz ideia do que esperam de você?

E comecei a perceber que precisava e, mais que precisar que eu queria, viver não mais pelas minhas expectativas mas pelas minhas sensações e viver o meu agora e transformar o mundo no mundo que eu acredito. E curiosamente esse mundo que eu acredito nada tem a ver com o mundo que decidiram criar para que eu vivesse e assim percebi que devem existir algumas tantas de mim espalhadas por aí... Mas que elas e as expectativas sobre elas, deixaram de me importar, porque deixaram de fazer sentido para mim. Na verdade eu acho que parei de pensar sobre o sentido que deviam fazer e comecei a pensar sobre o sentido que importava, o meu sentido, o sentido de existir.

E naquele momento em que eu podia ter morrido, eu vi que eu realmente morri. Mas quem realmente morreu alí não foi quem eu era de verdade. Na verdade aquela foi somente mais uma das oportunidades que tive de renascer. Talvez a melhor e mais significativa oportunidade e, eu resolvi agradecer todos os dias, noites, horas, minutos, a todo momento, por ela existir.  E foi aí que a minha vida saiu das mãos e da mente de quem quer estivesse e que eu enfim, passei a existir.

A partir dalí, a vida mudou. Eu posso não ter percebido durante o processo, pois toda gestação causa um certo estranhamento, mas eu senti. E eu renasci!  E deixei ali, naquele dia, de ser toda expectativa de alguém ou de me importar com o que eu seria, só resolvi SER. E estou sendo...

Eu fui sem definição, eu vivi todos os sentidos que queria ter vivido e vi que nada daquilo mais me fazia sentido. E vi que não sou uma anotação de contas, ou uma prestação delas em um caderno e que não é isso que eu vou deixar para o mundo, para o meu mundo. E por um momento eu parei de contar para criar a minha história... e viver a minha história....

E não pretendo deixar um caderno com contas e anotações de gastos, não... Sou muito mais que isso, sou toda a experiência que  vivi e não consegui quantificar. Não sou dívida, me desculpe mas não vou aceitar essa expectativa de lucro e juros sobre investimento, pois nada disso me define. Meu lucro não é presumido e tampouco deixo dívidas no meu caminho... Eu resolvi acertar minhas contas, com a vida, com o destino e com a graça Universal que me permitiu continuar a minha jornada, mais uma vez...

Resolvi ser o amor que eu acredito merecer e merecer a chance de viver. E viver por mim, não mais por ninguém. E não deixo dívidas, não me sinto devedora da vida, muito pelo contrário. Eu tracei o meu caminho e se tem algo que eu me orgulhe é da multiplicação de histórias que eu ouvi e contei. E de quantas plataformas aprendi e das vidas que conheci...

Não... não sou dívidas... e caderno por caderno, eu tenho vários com anotações, borrões, sonhos e planos muito mais definidos que os números com os quais tentou me definir. Posso mostrar todos, um por um, pois os faço desde que aprendi a escrever... Mas infelizmente, isso não tem sentido, pois não tem valor... São sonhos realizados e caminhos traçados mas não foram as expectativas de alguém para a minha vida. Que não consegue conversar, não sabe das minhas histórias pois não aprendeu a ouvir, ou talvez tenha desistido de sonhar...  Pois sonhar não dá lucro...

Mas posso ser tudo, menos prejuízo e da vida que ficou. Das dívidas anotadas e dos cadernos que restaram, infelizmente os números em vermelho fizeram mais sentido que os corações que eu rabisquei. Não para mim! Não para a minha vida... eu nunca procurei te gerar lucro, só tentei te fazer sentir orgulho pelo que eu era.... mas como conseguiria, se durante tanto tempo pensei ser o que você queria que eu fosse e me esqueci de quem eu era... mas percebi que você não faz a menor ideia do que queria para mim... e por isso anotou todos os números... pois foi assim que você aprendeu a deixar de sonhar...

Gratidão vida! Pela oportunidade de (re)nascer quem realmente. Eu prometo não te decepcionar, mas por favor, prometa tentar me amar do jeito que eu descobri ser....  E que comece o show... com ou sem aplausos... é hora de seguir em frente! O palco já está armado e esse roteiro é transmídia... entra em cena e faz o seu melhor, sempre! A bilheteria é o resultado da apreciação, mas não é a expressão do seu talento!

Sinto decepcionar... não trabalhamos com mainstream.... trabalhamos com arte e sensação... somos vanguarda... e, sim... a bilheteria VIRÁ! Mas por favor, pare de anotar e tente prestar atenção (pelo menos por um minuto) no que o show quer te mostrar.... e tente não me julgar.... seja (só) a minha platéia... você vai gostar!

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Você em mim sempre foi uma certeza, que mesmo em um mar de dúvidas e planos, se pautou na mais absoluta noção de ausência de tempo, lugar e até mesmo de realidade na concepção atribuída a palavra em um plano temporal e estático. Você sempre foi em mim muito mais que tentava disfarçar. Sempre te encontrei no seu olhar e assim sempre me entendi.

Te convidei para entrar no meu mundo e me choquei quando quem me ofereceu um café e se fez anfitrião não foi eu.  Foi quando minha mente confusa, se certificou que havia encontrado conforto no novo. Meu coração se confortava sem saber porque e assim se aconchegava na sua presença, em estar com você.  Era um mundo novo que de novo não cabia, mas que me pertencia e de onde eu não pretendia sair.

Foi um aprendizado dia a dia e, mais que de um mestre eu precisava era de autonomia, para definir a  minha vontade de ficar. Passar meu café, com minhas manias, ser aquilo tudo que eu seria um dia mesmo que ninguém precisasse me falar. Era a vida que em mim renascia e que no meu peito, por tanto tempo, doía. Mas foi necessário parar e voltar a caminhar.

Sozinha...

A solidão nunca me abateu, pelo contrário só me fortaleceu na certeza do caminho e na busca (mesmo sem saber) de um encontro, não com o outro mas com tudo o que eu sou.  Foi uma força que me moveu e sempre me movia. Um sentimento que, por mais que tentasse e muito tentei, nunca consegui definir como algo diferente de uma confusão.

Mas no meio dessa confusão, a paz sempre existiu. A certeza (que certeza?!) que o meu mundo não era nem pequeno e nem grande, mas tinha o tamanho suficiente para conviver com mundos paralelos em plena harmonia.

Nunca foi estranho e nem tampouco anormal. Diferente? Sempre, mas nunca buscou ser igual. E foi ali, dentro do mundo que criei  e crio à cada dia, que me senti acolhida (talvez reconhecida) mas que não precisava ser nada, além de habitante natural, com tudo que sempre precisei brigar para ser. Não precisava brigar porque essa batalha era justamente o que distorce o meu ser e fazia do meu mundo um lugar em que nem eu mesma, poderia morar. Porque o amor, convive com a dor, mas não consegue suportar a batalha desconexa e a falta de perdão.

E foi assim... Nessa suposta solidão, que nada mais foi que um momento de introspecção, que sem bater na porta, mas com muita delicadeza, você me pediu para entrar. E foi assim que eu não entendi...  E pelo conforto do caos e por medo do que não conhecia, ao invés de abrir, impedi sua entrada para que eu pudesse no meu mundo continuar.

Mas o meu mundo foi vivo, foi intenso e foi crescendo! E não cabem mais atitudes impensadas, nem trancas nas portas. Cabem duas xícaras, mas eu só tomo café na caneca. Amargo e nem tão quente, aprendi a adoçar com canela e desde esse dia, adotei como mais uma mania. Mas posso mudar, se você não gostar. Ou se eu simplesmente cansar...

E assim, além de tirar as trancas eu resolvi abrir as janelas para deixar o Sol entrar. No meu mundo não cabem trancas e nem grades. E você já tem todas as chaves e sabe a hora de entrar.  E assim, olhando pela janela, do lado de fora, sem espionar mas com a certeza de poder chegar e se aconchegar. Não precisei refazer os meus segredos e nem deixá-los impressos em chaves diferentes. Eu não me preocupei em trocar a fechadura e nunca deixei que trocassem, pois sabia que você saberia e que nunca seria covardia, mas seria somente a sua forma de entrar...

Eu sabia mas como muitas certezas que tinha, eu descobri que me encobria em dúvidas programadas que não me deixavam enxergar (por medo) o que havia depois da porta. Via as sombras e me amedrontava. Queria chorar e brigava o tempo todo sem saber ao certo com quem e para que brigar. Me confrontei com meu medo, minha raiva e todos os meus sentimentos intensos. Até entender que o tempo de espera é o tempo que precisava para me preparar e que mal nenhum há nessa preparação. Eu me preparei para você, mas não se sinta ofendido e nem tampouco diminuído, eu me preparei para a festa que daria em mim no dia que te visse entrar.

Mas preparar a festa, é uma atividade muito produtiva e envolve, mais que prazos e exigências, a capacidade de se entregar. De caminhar...

E nessa entrega, nesse amor despreendido, ao mesmo tempo eu aprendi a me amar. Eu experimentei as roupas da festa antes de você chegar, para que na sua chegada não houvessem imprevistos. Eu me arrumei mas vi que preferia um outro vestido. E nesse meio tempo, eu que pensei que estava somente preparando uma festa, vi que estava alí, vivendo em festa com você, sem saber.

E assim eu pensei saber as regras, separei todo o jogo mas não percebi que já estava vivendo tudo para o que estava me preparando e, principalmente que o ensaio valeu.

E nós dois, tão preocupados em seguirmos as regras, nem notamos que as recriamos uma a uma e que construímos, além de um novo jogo, uma nova forma de jogar. Seguimos em frente para construir cada cena, uma a uma,  e nem nos tocamos que os personagens mudaram, ainda que continuemos nos mundos que criamos e que, com tanto amor cultivamos, nos abrimos sem perceber e construímos um mundo novo, que continua a abrir com as mesmas chaves, mas agora sim para nós, é tão familiar.

Nos preocupamos com nossas regras enquanto criávamos nossos códigos, mas não percebemos pois criamos juntos enquanto buscávamos corresponder ao que esperávamos ser. Não existem definições e tampouco explicações que nos mostre a quem encontrar. Nos reconstruímos enquanto tentávamos ser a melhor versão de nós mesmos e da forma como não esperávamos, conseguimos nos tornar um para o outro e o outro em nós.

E agora não mais buscamos, pois nem sabemos o que tanto buscar. Te esperei sem saber porque esperar e sem perceber que seu abraço era o que ansiava e me guiava. Não adiantaria nada me guardar para você, pois o tempo nos fez únicos. Nós mudamos, não para agradar quem queremos e não precisamos nos confrontar com o que não somos cobrando uma versão adequada de nós. Somos inteiros e não precisamos nos completar para atender as expectativas de quem quer que seja. Nem as nossas... pois nem sabemos o que esperar..

Eu não preciso de você, eu quero estar com você e na vida real!

Eu já te amava enquanto eu mudava e eu te ouvia, por mais que todavia pensasse ser a voz que acalentasse ou me amasse de forma romântica ou ameaçadora. Eu não sabia, mas te amava e mesmo sem nunca precisar, eu abri a porta para você entrar.  As chaves continuam com você e a música que entra pelas janelas abertas é cada vez mais inspiradora. E eu que ouvia de longe, hoje acompanho tocando e espero ansiosa o momento de te ouvir solar...

E enquanto isso, com o Sol pela janela escancarada, algo em mim permanece e tenho a certeza que nunca irá mudar.... Eu continuo me emocionando e me transportando para o melhor lugar que a minha alma já habitou, cada vez que eu te ouço tocar....

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Vem comigo?

setembro 18, 2014 0 Comments
E agora eu resolvi escrever prá você. É prá você mesmo. Que faz o meu mundo parar, o meu coração acelerar e que me fez ver sentido em coisas e momentos que há muito não fazia sentido algum.

É, você mesmo! A pessoa que eu me sentia menos confortável, que eu tinha um verdadeiro pânico em ficar perto, que não sabia como reagiria se...  Você que me entendia com o olhar, que sabia o que se passava quando nem eu sabia. Você que me conforta, me traz paz mas que talvez nem queira.

Você que me faz duvidar disso tudo. Que me fez acreditar que eram sentimentos parecidos por amores em comum. Você, com quem eu me sinto eu mesma e, é estranho! É simplesmente estranho, porque é como se em nenhum outro momento as coisas fizessem tanto sentido como quando estou com você. Mesmo que ainda não exista um nós, ou coisa parecida. Você que, meu coração não palpita de ansiedade,  que eu não confundo com todos que passam na rua, que eu não espero encontrar a cada esquina. Nenhum desses sentimentos e nem essa mão gelada e essa falta de saber o que falar ou como agir.... 

Você, que parece que conheço faz tempo e que me conforta com um olhar. Que a presença me acolhe, me enche de paz e de certeza que está tudo bem. Que eu não consigo disfarçar essa intimidade instantânea e assustadoramente real. Que cada gesto é reconhecido e, por isso é compreendido mas ao mesmo tempo, tudo é imprevisível! 

É! Eu que sempre me julguei boa em estratégias e que achava saber prever e entender o ser humano e desbancar alguns jogos, me vejo vulnerável com a sua presença. Mas tudo fica em paz! 

Nada que qualquer pessoa diga, não há conselhos e, venho chegando a conclusão que quase não há músicas e poemas, que expressem ou que prevejam o futuro dessa situação. Mas o futuro, hoje é o que menos importa e não é um amor inventado. Não é um amor de um só, de dois de três... é algo que não consegui definir e que vai além de todas as minhas vontades. É muito mais que um querer bem e é um querer tão bem que chega doer de dúvida.. De todos os meus caprichos e de tudo que eu tento para me afastar. E de todas as tentativas a minha maior vontade é te chamar para ficar. E o meu maior desejo é te ver aceitar. 

Por que estamos fugindo tanto, ou melhor tentando tanto fugir, de algo que parece nos atrair cada vez mais? 

E por que a calma impera? Por que a linguagem não expressa o que o coração quer dizer? Por que é tudo tão complicado e ao mesmo tempo tão fácil de ser dito? E por que, mesmo sem ser dito, tudo parece ser compreendido? 

Escrevendo agora, me pergunto se já não escrevi palavras tão desesperadas em outros momentos e chego a conclusão que provavelmente tenha uma penca dessas palavras guardadas em cartas e em caixas com os meus poemas do colegial. Aquelas poesias que sempre foram reprimidas, mas que nunca deveriam terem sido deixadas de ser escritas e aqueles sentimentos fortalecidos pela negativa ou pela inexistência de quem entendesse tamanha expressão. Era um grito há muito contido, mas que escrito deveria surtir efeito, mas não.. era uma total incompreensão...

Mas o que naquela época não fazia sentido, o que consumia os meus momentos nas aulas de trigonometria. Aquele monte de poesia! Aquilo tudo era a expressão do meu ser. Aquele escrever rápido e os textos enormes... o lápis.. o papel.. o amor.. aquilo tudo não fazia sentido prá ninguém, porque mesmo sempre sendo destinado a um alguém, poderia ter sido qualquer alguém porque era impossível que alguém entendesse, valorizasse ou ao menos que lesse até o final. Mas era a minha expressão do sentido de existir e de amar. Era o meu sentido de viver... 

Sempre foi... e sempre foram cartas sem destinatário... 

E me pergunto agora, nessa mesma situação, se o desespero ainda é uma constante. E chego a conclusão que não. Mas antes, os destinatários tiveram vários nomes e as cartas poderiam ser sempre as mesmas, pois os sentimentos acabavam se repetindo, mas agora não há o que se repetir, simplesmente porque não há o que comparar. Talvez, realmente só com o sentimento de quem um dia achou que sabia amar.. E agora é um ter a quem destinar! É configurar como verdade o que o só o coração sabia expressar... 

E não há a menor expectativa! Porque existe a certeza e não há a necessidade de expressar algo represado e tampouco esperar por um final feliz... porque só há o caminho... só há o agora... e é estranho... pois apesar de haver você, você não está aqui.... mas pegando emprestada a letra e talvez a melodia "é... só tinha que ser com você". É... senão não seria um amor e sim um medo de amar. 

E agora não existe mais medo... agora só existe o amor... mas existe o tempo... e existe você, o seu tempo e o meu.. 




Mas é uma história certa que se mostra incerta, uma incerteza estranha que não me faz esperar por nada já conhecido. NADA! Absolutamente nada que eu já tenha vivido e por uma nova fase, por um estranho velho conhecido que chega para tomar um café. É, o café... Não é a toa que muitos o utilizam para ler o futuro, pois o futuro sempre esteve alí... o café....

Uma calma e certeza e uma intimidade assustadora...  e uma certeza, como eu jamais tive... que tudo vai, muito mais que terminar bem, que tudo já está bem! E que desse jogo sem manual, eu não faço a menor ideia de qual pino movimentar... não sei que estratégia devo usar....  

E pelo pouco que posso perceber.... não sou a única nessa situação.... 

Mas talvez os únicos esquisitos parecidos que, não sei para sempre, não sei do ontem e nem do que vem a seguir.. mas que agora se encontram, se desencontram e precisam muito da segurança no outro para simplesmente seguirem..... juntos.... 

Somos livres e por mais contraditório que isso possa parecer, essa liberdade nos prende um ao outro, como velhos conhecidos que ainda não somos. Ou será que sonhamos? Será que nos vemos?

Eu não faço ideia do que vem pela frente.... eu vejo meus sonhos... e tenho a certeza muitas coisas já mudaram... e eu sei que  você sabe disso tudo, também. E mesmo sem declarações exageradas porque nesse amor de certezas não cabem exageros, só cabe sentimento. Então eu te asseguro que te amo, te estendo a minha mão e te prometo que estarei sempre contigo. Aonde quer que estejamos... 

Vamos juntos??? 





terça-feira, 2 de setembro de 2014

Eu escrevo para você, mas muitas vezes me pergunto se esse você, é realmente você ou sou eu. Se quem está se reerguendo e com um pouco de medo sou eu ou se isso tudo é você. Os sentimentos se confundem e muitas vezes a minha vontade é de ficar quietinha ou de ficar do ladinho ou quietinha juntinhos. Mas será que essa não sou eu e essa vontade e, sentimento não vem do que eu estou realmente querendo para a minha vida?

A gente sabe que vê no outro a confusão que sentimos, que os nossos sentimentos são externalizados no outro para que consigamos assimilar as nossas emoções. É uma constante e sempre será. Mas e essa dor que de vez em quando eu sinto? 

E essa dor da falta, como se fosse a falta do que não soubesse que precisava, como se fosse um encontro e desencontro? É uma dor física e uma necessidade um pouco maluca e infantil de ficar perto mas ao mesmo tempo, eu me pergunto se essa necessidade e essa vontade não seria de ficar perto de mim. Eu não sei e não tenho as respostas. Eu tenho medo de estar ficando meio paranóica, da minha parada nada estratégica ter me deixado tão envolvida nos meus próprios pensamentos a ponto de me fazer criar uma realidade inexistente em outras vidas para que eu possa ver sentido no que estou  vivendo. Ou na falta de movimento. 

Em me pergunto e, embora muitas vezes tenha me visto reflexiva, esse estado imposto é ao mesmo tempo novo e, estranhamente familiar. Eu vejo flashes da minha vida e sinto fatos voltarem a todo momento. E a cada volta, volta todo o sentimento como se tivesse sido ontem ou como se ainda não tivessem ocorridos. Coisas estranhas e acontecimentos sem sentido vem tomando conta da minha vida e dos meus pensamentos nos últimos trinta dias e, como que por mágica as pessoas e acontecimentos passados ou o que me preocupa vem se materializando, mesmo que eu não saia da minha cama ou dos meus pensamentos. 

Muito estranho! É uma vida em outra vida. Uma letargia em movimento. Um sem saber o que fazer e uma falta de sentido no dia seguinte mas que ao mesmo tempo se transforma em sentido de uma vida. Eu posso não entender ainda o propósito dessa parada, de ser forçada a pensar tanto e a ficar quieta, de verdade. Mas o fato é que algumas coisas estão mudando além das palavras. Além daquela força quase infantil de fazer e ver o lado bom dos acontecimentos. Essa canalização de energia positiva é realmente o que eu acredito, mas eu tenho visto como os meus pensamentos vem se materializando no mundo em que eu vivo. Mesmo que esse mundo tenha se reduzido a 30 m2 nesses ultimos trinta dias. Mesmo pequeno, o mundo ficou maior ou melhor, está ficando maior. Mas por enquanto eu não consigo ver um sentido e não é uma alegria infantil, é uma calma que toma conta de mim nesse momento.

Talvez eu não consiga transmitir essa calma, talvez ainda seja difícil ver o mundo passando na janela e ficar mergulhada dentro de mim. Esse mergulho está sendo tão fundo e intenso quanto eu não pensei que pudesse ser, mas entre todas as coisas e todos os pensamentos, um constante não me sai da cabeça e, mesmo tendo todos os motivos para me preocupar com outras coisas, mesmo que sem poder vê-las acontecer, é o que não depende de mim que hoje me faz pensar. O que está acontecendo comigo?

E por que ver em alguém tão distinto, tão longe, uma identificação? Por que eu estou deixando isso acontecer? É o que eu me pergunto a todo momento e porque não passa? Por que está ficando cada vez mais intenso um sentimento que já deveria ter passado? Que eu já permiti,  já sofri e por que tanta confusão?

Foi difícil admitir? Na verdade ainda é! Só não consigo entender, não consigo ler e nunca vou conseguir saber o futuro, e se existe um futuro nessa situação, e para onde correr, fugir e o que esperar? Aliás, acho que eu só posso esperar... pacientemente... esperar que as coisas se resolvam...

E tudo.. absolutamente tudo... está se movimentando agora para que um novo caminho seja mostrado.

Sabe aquele outro caminho? Aquela outra estrada? Pois é... está quase pronta... com tijolos dourados, talvez. para que quando eu estiver pronta, possa bater os dois calcanhares e seguir por um novo caminho... por hora, eu só preciso esperar...

E de todas as angústias, porque a espera nem me angustia tanto, entendo o tempo e o momento. Mas eu juro por tudo que for preciso jurar, que eu só queria entender porque seria tão importante prá mim, e por que eu ando sentindo tanta falta de quem eu supostamente, ainda não tive.... de toda a minha angústia... essa falta e essa vontade, mesmo depois de tanta maturidade para entender o que tem que ser entendido... é a única coisa que eu não entendo. O que está acontecendo comigo? Por que eu queria tanto que você estivesse aqui comigo? Quem é você?

Por favor! Faça alguma coisa e venha logo! Porque eu não sei mais o que fazer.... 

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Era uma confusão.. Era um não saber, era uma falta de vontade e ao mesmo tempo uma vontade que tudo acabasse...

Era uma confusão... Era um sentimento que teimava em reaparecer.. era um passado que por mais que estivesse enterrado ainda teimava em reavivar todas as sensações que em mim havia deixado....

Era uma confusão... Era um querer muito bem e era um alguém tão novo... Era tanta novidade e era tanta verdade... Era uma vida nova... Era uma nova realidade... 

Era uma confusão... Era uma ilusão... Era uma vida que eu havia criado, era um viver de ilusão sem saber ao certo o que era certo... Era um correr atrás e por isso mesmo estar sempre atrás de algo que não sabia direito o que era.. 

Era uma confusão... Era uma vida inventada, uma mentira que havia se tornado ilusão mas que fugia da realidade... 

Era uma confusão... Era um não saber para onde ir... Era um não saber o que sentir...

Era uma confusão... Que não me deixava te ver... Era um medo que não me deixava sentir... e foi um momento.... Uma verdade... Uma catarse... Uma Interseção... 

Foi uma interseção... Meio obscura... Meio confusa... Que me tirou da confusão da ilusão e que me fez ver em instantes o quanto você sempre esteve ali mas nunca esteve comigo...

Era um sentimento de alívio... Uma libertação... Como um grito... Como um afago... Era o momento que me soltei.... e que eu aceitei te sentir... 

E toda a confusão, de uma hora para outra, foi embora.. E só restou você em mim... 

E foi outra confusão... Porque por mais que a minha ilusão... Uma ilusão... tivesse acabado.... Uma confusão gerou outra confusão... e eu não vi... ou fingi que não vi... que você na verdade sempre esteve alí mas nunca esteve aqui.... 

E outra confusão começou naquele momento que a confusão acabou e que eu me libertei para aquele olhar... 

E eu que tanto estive perdida na minha confusão... em outra entrei... porque não devo saber viver de outra forma...

Porque eu sabir... eu sempre soube... que aquele olhar que conseguiu ver dentro de mim... entrar na minha vida.. nos meus pensamentos... no meu mundo... Aquele olhar... que me tirou de mim.... que me mostrou que existia um mundo além do meu... mas que só eu devo ter percebido... só eu devo ter notado...

Deve ter sido a música... Deve ter sido a emoção... deve ter sido o momento... deve ter sido o amor.... deve ter sido a confusão.... 

Deve ter sido a minha confusão... a sua confusão... e quem sabe, um dia... mais dias.... menos dias... menos tempo.... a nossa confusão... 

Será? 

terça-feira, 20 de maio de 2014

E mesmo sem saber, sem ter como mensurar ou até mesmo como nomear. E mesmo sendo uma percepção de uma realidade futura, que cada vez mais se faz presente, e mesmo depois de tantos conselhos e de tanto bem querer, de tudo mudado, tudo consertado- ou bagunçado- e sem saber ao certo para onde ir. Depois de toda a confusão e, com a incrível sensação de estar no centro das modificações, naquele lugar em que as coisas começam a desmoronar e ao mesmo tempo começam a se edificar. No exato momento em que o fim e o começo se fundem em um e não se identifica, não se sabe muito bem se  é o começo do fim ou o que quer que seja, mas é claro, evidente que não é o fim do começo, a não  ser quando se pensa em fim como uma finalidade e não como um término. Aquele momento do nada a fazer, da espera.  A angustia de agir se torna iminente  mas a incapacidade de ação- devido a não previsão óbvia e até mesmo, exclusão do fator “futuro”- faz com que parar e esperar seja não a melhor, mas a única opção possível.

E essa espera e, aparente incapacidade de agir, traz de forma incrível e inesperada um sentimento de paz. Uma paz, não da segurança do futuro, mas  da segurança do presente e de saber que nada- absolutamente nada- é resolvido fora do momento presente e que, sensações não podem ser negadas ou sublimadas. Aliás, até podem, mas a negação não é garantia de esquecimento.

E nesse momento de angustia e paz, traduzido em paciência e talvez, um pouco de complacência, comecei a perceber que não é possível e nem seguro se traduzir na percepção alheia e, talvez nem mesmo na minha forma de expressão. Não tenho autonomia para identificar ou definir a percepção da minha essência, nos olhos do outro.

E todas as angustias acabam me trazendo de volta a um tema, que por mais que eu tente confundir ou escrever, não consigo. Simplesmente só consigo sentir! E por mais que tente vislumbrar um futuro só consigo vivenciar as sensações do agora. Eu paraliso!

É exatamente isso, é uma sensação estranha, paralisante e muito fácil de ser definida antes e depois, mas no momento é como se não pudesse. É como se não houvesse passado e futuro, na verdade passado ainda existe...e pano de fundo..e situação de vida...e empecilho...e todo tipo de situação adversa...e sentimentos se sim e não... e vontade de sumir... e vontade de ficar..
Tudo existe, mas é como se eu simplesmente não pensasse e não soubesse de verdade, como será ou como seria... só a certeza e a importância do estar alí.. e aquele alí e aquele agora.. vai virar um agora e um dia de muito mais que vinte quatro horas e muito mais que quatro... cinco ou seis dimensões... 

E estar presente é estar com você... e nunca importou aonde e quando.. nunca houve passado ou futuro... e nunca houve um lugar...

Mas o que fazer no agora quando não se sabe muito bem o que esperar do futuro? Não é por nada. Não é pelo erro e nem pelo acerto. E nem pela falta de previsão. É pela vontade de ficar naquele momento e não me importar com mais nada. É só o momento!Incerto? Irreal? Surreal?


De alguma forma a sua presença é tão presente e importante quanto nunca havia sido nenhuma... . foi aquele olhar... foi o tempo... e foi tudo que não havia sido e que um dia será... 

Me espera? Me busca? Me ajuda? Me leva?

domingo, 23 de março de 2014

E aí um belo dia,  sem que eu esperasse mais nada e sem ao menos saber ao certo o que estava fazendo ali. Quase me escondendo e com vergonha de ser tão parte e tão feliz, mas com uma vontade imensa de ser invisível. Uma vontade que ninguém visse o tamanho da minha felicidade e mais que isso, o meu real tamanho.

Eu que nunca fui tímida, ou que pelo menos nunca assumi o título me encontrava alí, em um lugar que me fazia muito bem e em que me sentia parte. Um lugar em que não era preciso falar muito e nem tão pouco querer agradar, era um lugar em que não importava mais ninguém, pois a minha relação com o meu eu interior nunca esteve tão definida. Era muito amor, era parte de um todo que nunca havia imaginado ser, ou havia mas não sabia muito bem definir o que sentiria naquele momento. Era um momento só meu.

Aquele momento não importava mais ninguém,  e muito mais que isso, não queria mesmo que ninguém me visse pois naquele momento, não estava aberta para nenhum tipo de julgamento ou de olhar externo. Era somente o meu momento. Era a música, a magia, era o meu mundo isolado de qualquer mundo.

E no meu mundo eu ouvi um som tão bonito quanto familiar. Um som que se diferenciava do batuque que também me levava a um lugar distinto mas era um som que me acalmava.

Uma música que me fazia sentir parte! Que me fez lembrar de tudo que eu realmente sou e me aproximou muito de mim.

Uma melodia que fazia tudo parar e de repente me levava para dentro de mim novamente. A música mais linda, a melodia mais perfeita. O som que me levava para um lugar distante e ao mesmo tempo muito próximo de uma essência tão familiar e conhecida que só poderia ser a essência de quem eu realmente era naquele momento.


Naquele momento, depois do inconsciente e de uma percepção um pouco mais clara do que acontecia- apesar de nunca ter realmente clareado- a minha vontade foi de fugir. Um medo do que eu estava descobrindo, que se traduzido era somente um medo de quem eu realmente era. Talvez por, durante tanto tempo ter fugido ou achado mais fácil colocar a minha vida, minhas decisões e as minhas culpas em outros ombros. Por ter delegado a minha vida e os meus quereres, ao me encontrar com essa pessoa maravilhosa e tão amedrontadora  eu resolvi simplesmente fugir, como já havia feito outras vezes.,

Mas dessa vez era impossível fugir, mesmo que quisesse e por mais que tentasse, simplesmente chegou o momento do grande encontro com quem eu realmente sou e nenhuma fuga me permite fugir de quem sou.  E aquele som ecoou por muito tempo, e ainda ecoará para sempre dentro de mim.

Enquanto estava  no meu mundo, conhecendo essa pessoa tão desconhecida e, com todo cuidado, pouco carinho e tempo, desvendando quem realmente eu sou. Por um momento, um breve momento o som começou a ficar mais alto, mais nítido e mais direcionado.

Pensei em tudo naquele momento,  mas o pensamento constante era somente a vontade de não ser vista e reconhecida por ninguém, principalmente por quem me reconhecesse pela pessoa que eu já não era. Era o momento e o tempo de me descobrir, de me reconhecer e expressar o quanto as coisas estavam mudando.

E em meio ao som, ao direcionamento e à dúvida, resolvo olhar para frente. Ou simplesmente, por qualquer motivo desconhecido, levo para o mundo material o que estava vendo somente no meu mundo interior. E, neste momento eu me deparo com um olhar..

Um olhar que parecia entender exatamente o que se passava no meu mundo, no meu momento, mesmo que nem eu mesma soubesse o que esperar.  E não conseguia parar de olhar... tão familiar.... tão meu mundo... e tão distante ao mesmo tempo...

Como se já me conhecesse mesmo sem que eu nunca tivesse visto... Aquele olhar mudou absolutamente tudo...  o olhar.... o som..... o coração......

continua.....................................................................................................................

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Sem dúvida alguma, em 2013 consolidei o ser humano que aprendi que era em 2012. Sem dúvida foi um ano de bases fortes, de provações em bases elevadas e de uma limpeza geral em minha vida. Foi uma ano em que aprendi que, realmente o essencial é invisível aos olhos e que de verdade, mesmo, só se vê bem com o coração.

Nesse ano que se inicia eu tenho muita gratidão no meu coração. As coisas não foram muito fáceis, mas são mais palpáveis que em muito tempo. A materialização de um sonho está só começando e sentimentos contraditórios aconteceram, mas não foram tão dolorosos. E eu creio que tenha conseguido distinguir com mais clareza as ilusões do real.

Para 2014, eu sei que alcançarei vôos muito maiores e, talvez nunca antes sonhados por mim. Por isso é tão difícil nesse momento, traduzir em palavras o sentimento que tenho para o próximo ano. Sei que muitas resoluções serão adequadas a uma nova realidade e muitos traços da minha personalidade serão evoluídos nesse ano e minha vida da forma como conheço mudará completamente. Eu sinto!

Não sei muito bem o que esperar, mas sei que será o ano de uma evolução espiritual e material nunca antes vista por mim. E que tudo que eu almejar, tudo que eu plasmar eu materializarei. O problema é que as minhas necessidades mudarão com uma certa urgência e, o que eu agora julgo inviável passará a ser parte da minha rotina. Dessa forma, os meus sonhos serão cada vez maiores e serão cada vez mais realidade e não mais um mundo de sonhos. Então eu acredito que 2013 me preparou de certa forma para uma realidade um pouco mais evoluída em 2014 em que o novo surgirá com a força do presente e o passado será somente uma experiência importante que ajudará a construir o amanhã.

Um ano de prosperidade, de aberturas antes não imaginadas. Literalmente, de vôos mais altos e de lugares e pessoas novas. E que dívidas e dificuldades financeiras não mais façam parte da minha realidade e, que eu tenha abundância material para que possa me dedicar a evolução do ser  sem perder tempo com a escassez da matéria. Muito trabalho! Muito sucesso e um ano de realizações e modificações na mídia brasileira e mundial e, que eu possa ser parte fundamental em todo esse processo.

Que eu veja um sentido maior e único no meu trabalho e que trabalhe em projetos realmente grandes e que causem uma transformação na sociedade em que vivemos. Que pessoas cada vez mais comprometidas com a mudança de paradigmas e com o papel da mídia na sociedade se tornem amigas, parceiras, companheiras, verdadeiros irmãos de caminhada. E que as pessoas com sentimentos menores e níveis inferiores de evolução simplesmente se afastem de mim no ano que está começando.

Em 2014 eu desejo profundamente perdoar os que ainda não consigo, por mais que já tenha tentado perdoar e libertá-los para viver uma vida de plenitude. Que seus desafios não mais tenham a ver com as minhas culpas e somente com a evolução de cada um na Terra.

Será um ano de aprendizado profundo e acima de tudo, um ano de MUITO amor!

Um ano que o amor tomará conta do meu ser de uma forma plena como antes não conhecia. Em que conhecerei o amor verdadeiro, o amor dual que não mais se importa tanto com a questão egoísta do ser mas sim, com o comprometimento, compaixão, paixão e crescimento espiritual! De reconhecimento do outro, construção da família, identificação, completude e tudo que, muito mais que o tempo, mas somente o reconhecimento do amor verdadeiro permite que aconteça.

Com toda certeza será um ano de evolução! De novos caminhos e um novo amor!

E que em 2014 eu tenha uma relação de amor, também com o meu corpo e que os traços de evolução sejam percebidos também de forma externa. Emagrecer, não só para cumprir com uma norma estética e carnal, mas para transbordar as vibrações de amor ao próximo também no meu próprio corpo. E assim fazer dele na Terra, um espelho da paz interior que sentirei no novo ano. E que meu corpo aproxime as almas de bem e que possa ser percebido também, como um instrumento de amor. Amor ao próximo e gratidão pelo corpo físico que abriga a minha alma e que tem o papel de transparece-la na Terra na forma leve como poderá ser percebida em qualquer dimensão.

E dentro desses três pilares eu baseio o meu novo ano, um novo ciclo de renascimento através do amor.

Acima de tudo, será um ano de muito amor, prosperidade e renovação.

Um excelente 2014 para toda a humanidade!