segunda-feira, 31 de dezembro de 2012


Dessa vez vai ser a postagem redirecionada do Tumblr, porque como tudo muda, os posts tradicionais de ano novo, também podem mudar... 
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Os meus anos pares nunca foram os melhores anos da minha vida, apesar de ter nascido em um ano par, os anos que considerei “os melhores” sempre foram os ímpares.  E como 2012 foi um ano de quebra de paradigmas, de recomeços e de todo e qualquer clichê ser derrubado, esse foi mais um que acabou. 
E quem disse que para ser bom tem que ser fácil? Fácil não foi mas foi muito, mas muito longe de ser difícil, foi intenso! Foi um frio na barriga atrás do outro, foi uma prova de fé e de confiança e foi um dia de cada vez. 
E nesse um dia de cada vez, o último dia do ano está deixando um ar meio saudosista, mas não de tarefas incompletas, mas de formas diferentes de cumprir a mesma tarefa. Caminhos e estradas diferentes que me levaram aonde eu realmente queria estar no último dia do ano. Muitas coisas não aconteceram da forma como eu esperava, mas quem disse que eu esperava que isso tudo aconteceria? 
Se no dia primeiro de janeiro de 2012 me contassem metade dos acontecimentos do ano que viria, eu acreditaria, mas eu ficaria tão ansiosa com o quando, onde e como, que os acontecimentos acabariam perdendo a graça. 
Esse ano me ensinou, entre muitas outras coisas, que esperar pela festa é ótimo, mas está muito longe de ser a melhor parte dela. Eu, que já gostava da festa antes dela acontecer, aprendi a gostar além do durante, do depois também. E aprendi que o mais importante na vida é simplesmente viver um dia de cada vez. 
Aprendi a amar mais nesse ano, e aprendi que o amor nada tem há ver com com tempo e nem com o que as pessoas vão pensar. Aprendi a sentir o amor e a espalhar e a ver as pessoas como uma extensão do que eu sou. Nesse ano, eu aprendi que amar é individual mas o amor é o coletivo. 
E para o próximo ano, que com certeza consolidará a pessoa que aprendi a amar e a reconhecer em 2012, me traga paz e serenidade para alcançar as metas que tracei para a minha vida. Desejo equilíbrio entre corpo e coração, desejo muito trabalho e que esse trabalho mude muitas vidas e me traga MUITA prosperidade. Desejo prosperidade, criatividade, força e paciência. E que o ano novo consolide as mudanças “furacônicas” da minha vida nesse ano. 
Que a suavidade e o amor mude vidas em 2013 e que eu possa amar, transformar, mudar e me permita “ser mudada” nesse novo ano. 

domingo, 18 de novembro de 2012


Eu tentei me entender e acabei conhecendo uma outra pessoa, que estava e sempre esteve ali, em mim. Eu descobri que não era errado ser eu, descobri um monte de coisas que eu estava fugindo da descoberta por muito tempo e nem eu tinha me dado conta dessa fuga. 

O que eu fui não cabe mais em mim, o que eu queria não faz mais o menor sentido e mesmo todo aquele sentimento de euforia da descoberta, hoje não passa de uma lembrança, não uma lembrança nostálgica e muito menos melancólica, mas uma lembrança de um momento em que eu me rompi. 

O momento em que eu pude deixar de ver as coisas com os óculos que eu me impus, voluntariamente por tanto tempo. O momento em que eu tive que deixar os meus medos e ter a coragem de ser o que eu realmente tinha que ser. Marcante, diferente, o momento que deixou em mim muitas marcas, mas a lembrança desse momento só me traz paz. E talvez eu não estivesse acostumada a rompimentos com paz. 

Não me acostumei anteriormente, me prendi à valores antigos, à referências de dor, porque o crescimento, sempre depende de um momento e esse momento pode sim, ser uma representação de dor. Mas justamente a dor que me fez crescer, foi a mesma que muitas vezes me fez retroceder. Talvez tenha chegado o momento de entender que o crescimento é inevitável e, que voltar atrás não é garantia de fuga da dor. Ela faz parte do processo, e só isso, parte do processo. O processo e a caminhada são maiores que a dor do rompimento. Aquele momento em que o velho se fez novo e o mundo se colocou diante das minhas percepções e devaneios sobre certo e errado, sobre o que e como eu achava que tinha  que ser. 

É que o meu mundo e meu passado só existiram dentro de mim. Então, voltando aos lugares por onde andei e, novamente encontrando com as pessoas com as quais eu encontrava eu vejo que não há mais volta à nada. Porque eu já não existo naquele contexto. Mas o mundo continua existindo e o meu passado existe no mundo que eu vivi. 

No meu mundo, as pessoas tiveram  a importância que eu mensurei, e cada uma teve um papel na criação de tudo que foi importante prá mim. Mas na verdade, o meu mundo era só meu e me faltou compaixão. Me faltou deixar as pessoas entrarem no meu mundo e deixar que tivessem a importância real que destinei à elas no meu passado. Faltou entender que cada um tem a sua importância e faltou- mas faltou muito- reconhecimento e sobrou cobrança! 

Sobrou a culpa descarregada e descabida em pessoas e circunstâncias que me mudaram sim, mas me fizeram crescer. Faltou entender essas mudanças e aprender com cada etapa para construir o meu mundo melhor. Faltou sair do meu mundo e entender que é muito mais legal viver no mundo com um monte de gente! 

Mas também sobrou culpa, sobraram desculpas e sobraram frustrações. Mas as frustrações se manifestaram pelas expectativas que me projetaram a um futuro no meu mundo que nada tinha a ver com o futuro do mundo real, esse que tem um monte de outras pessoas com um monte de outros mundos e um monte de anseios. Sobrou compaixão disfarçada de bondade, sobrou a responsabilidade em cima de outros que não podiam ou simplesmente não queriam carregar a minha vida, as minhas expectativas e as minhas vontades. Sobrou também um pouco de vaidade disfarçada também de bondade- aliás como esse desprendimento vem me perseguindo nesses tempos- que não me deixou aprender a importância real de cada um dentro de mim. Sobrou vaidade e orgulho que me fizeram acreditar que o meu mundo não precisava de outros mundos para se completar e que a mim só restava lutar e fazer com que todos os outros mundos se encaixassem no meu mundo perfeito. 

Eu gritei, lutei e gastei muita energia tentando mudar o mundo, mas na verdade o que eu nunca percebi-  pelo orgulho disfarçado de bondade que me cercou- que quem precisava viver no mundo real era eu. E que as minhas experiências estavam me fazendo uma outra pessoa, diferente da pessoa que sempre viveu em mim. Eu me perdi no meu mundo, entrei em uma guerra que eu nem sabia o que queria, mas a minha energia se esgotou no momento em que eu não sabia mais o que era a paz. 

E essa falta de paz me desconsertou e me fez querer de novo seguir na minha essência. Ser aquilo que Deus disse que eu era assim que Ele me concebeu para viver na Terra. A minha função despertou a minha espera me angustiou. E ainda me angustia. 

Eu confundo sentimentos porque aprendi errado, no meu mundo o que era o amor. Na verdade não sei se aprendi errado ou se simplesmente não tenho a sensibilidade de entender se no meu mundo e no seu, os meus sentimentos fazem o mesmo sentido. 

Eu pedi a Deus e Ele me trouxe de volta. E eu estou aqui, e pude sair do meu mundo. Eu pude ver o mundo mais inteiro e me dar o direito de ficar confusa em relação aos sentimentos de uma outra pessoa. Eu aprendi que amar não é ajustar ninguém a minha forma de amar. Eu aprendi que não existe e nunca existirá uma fórmula para amar. 

E que mesmo que eu queira ajustar os meus planos ao meu mundo, eu nunca vou conseguir. Porque eu posso saber o que eu quero e eu preciso de expectativas, pelo menos mínimas, para viver. Mas eu preciso seguir em frente e fazer com que a minha vida tenha sentido, porque ela tem. E o sentido é único. 

Eu saí do meu mundo, visitei outros planetas e conheci um monte de gente diferente igual o Pequeno Principe. E aprendi que tudo na vida tem um início, um meio e um fim. E que por mais doloroso que possa parecer o fim pode também trazer um sentimento de paz. 

Aprendi que sentimentos mudam e que não é prudente tentar classificar o amor. E que eu preciso das pessoas e dos  outros mundos para fazer o meu mundo mais completo. Aliás, para entender que não existe o meu mundo e tampouco a minha verdade. A verdade é um sentimento coletivo e muito, mas muito maior. E que só quando todos conhecerem a verdade estarão mais perto de Deus. E a verdade não tem nada a ver com religião. 

Eu aprendi que existem várias formas de buscar a Deus, mas pelo menos até agora as que mais me aproximaram Dele, pouco tinham a ver com  padrões de religiosidade e tampouco de preconceitos, sejam esses preconceitos de qualquer mundo e para qualquer pessoa. 

Na minha humilde opinião, e não falo em humildade para disfarçar minha vaidade, falo simplesmente por me colocar no meu lugar e admitir que tudo que eu falo e penso são somente opiniões minhas, pertencentes à esse mundinho que é meu e que eu quero compartilhar. Voltando, na minha humilde opinião a forma mais eficiente de chegar perto de Deus é amando de verdade as outras pessoas. E entender que esse amor se transfigura de diversas formas e que um amor nunca vai limitar o outro. Quando puder e conseguir, amar o outro, acima das minhas necessidades e das minhas culpas e expectativas, amar assim, só por ele ser quem ele é, aí sim eu acredito que chegarei bem perto do que a vida reservou para mim. 

" O Senhor nosso Deus é um só. Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com toda a tua força!’ E o segundo mandamento é: ‘Amarás teu próximo como a ti mesmo’! Não existe outro mandamento maior do que estes." (Mateus, 12: 29-30)

Ultrapassa, transcende qualquer religiosidade e qualquer preconceito. É simplesmente amor. Mas a classificação desse amor e da importância de cada ser humano em minha vida, me fizeram perceber o quanto eu preciso do ser humano. Preciso de alguém até quando eu preciso ser sozinha. E não é pela expectativa e tampouco para ter em quem descarregar as minhas frustrações e a culpa dos meus fracassos, eu preciso de alguém porque preciso caminhar junto. E o amor não é assim, somente carnal, aliás nunca foi e foi isso que eu nunca entendi quando eu classifiquei o meu amor. 

Eu me arrependo e tenho um sentimento de perda de tempo por ter aprendido tardiamente sobre o amor e a importância do ser humano para o meu crescimento. Eu hoje choro por não ter dado o devido valor aos acontecimentos no momento em que eles aconteciam e não ter crescido em tempo real, por ter focado apenas na minha dor, no meu mundo. 

Hoje eu percebo que esse momento, essa espera que ao mesmo tempo me traz angústia e libertação. Eu não quero sofrer pela expectativa de um futuro sem ter vivido o presente e sem aprender o que eu preciso aprender sozinha. E aprendi que a gente só entende que o amor tem outro significado ficando sozinha. 

Eu me confundi por muito tempo, mas espero não me confundir mais. Eu sofri e fugi da minha dor, e fugi de comportamento que me levava ao encontro de mim, simplesmente pelo medo do desconhecido. E hoje eu digo, que ser eu, no mínimo é divertido. Mas essa diversão, essa euforia e esse desespero em conhecer alguém muito legal que parece que nem existia, de tanto que tem em comum com o que eu queria que tivesse, isso passa. E que esse alguém continua, permanece e o mais legal. Esse alguém é real, e sou eu! E que eu não preciso nunca mais me disfarçar porque esse eu, que nem é tão novo e nem tão velho, sou somente eu, também agrada as pessoas. E o mais interessante dessa descoberta foi descobrir que eu fiz parte do mundo de outras pessoas mesmo quando eu pensava que eu só estava fazendo o meu mundo maior. 

É no mínimo surpreendente a descoberta e depois da euforia, depois da descoberta, em mim o que ficou foi o amor. Foi a forma de amor que hoje eu classifico como compaixão. Foi essa compaixão e esse sentimento forte pelo outro, esse amor fez com que eu pudesse ter sido importante e ajudado a formar o mundo de outas pessoas. 

Mas agora o processo continua. O crescimento não está estagnado, embora minha vida possa parecer um pouco parada. O processo continua e eu preciso aprender outras lições e talvez, eu precise aprender o valor da espera e da paciência para fortalecer a minha fé. Eu continuo acreditando e correndo atrás do que eu quero. E agora a busca é exatamente pelo que eu preciso para ser uma pessoa melhor, ou para ser simplesmente melhor. 

Eu preciso dessa busca, e essa espera embora me angustie não me causa dor. A incerteza do futuro se torna na certeza de fazer no presente a base para o futuro em que eu serei mais feliz e que poderei simplesmente continuar sendo o que eu tenho que ser. A busca é não acaba mas não me traz dor. 

A dor da perda, de uma incerteza foi sumariamente trocada pela paz. E eu não estava acostumada a sentir essa paz em momentos de mudanças. Eu sempre atribui lutas a dores, mas hoje até mesmo a incerteza e a espera me trazem paz. E é nessa paz que eu sigo em frente, na certeza de ter plantado e esperando o momento certo para a minha colheita. E me preparando para quando a chuva cair, porque não há nada melhor que dançar na chuva! E eu não faço isso há muito tempo! 

Por isso eu te pedi tantas desculpas, talvez por não saber expressar com palavras toda essa ausência de culpa que eu quero te atribuir. E toda a gratidão, de verdade por ter percebido como é simples ser o que eu tenho que ser. Como eu não preciso ter medo e que a espera pode me trazer além da angústia, a certeza. É por isso que eu pedi desculpas, por ter sentido que as coisas acabaram mas por não querer deixar de ser quem eu sou. E por ainda não entender, por não saber, o papel que você assume daqui por diante e, mais pelo medo que você não assuma papel algum. Logo você que foi tão importante, que me fez conhecer o melhor e o pior de mim, e nisso o tempo não conta e nem mensura. Agora tudo mudou, ou quem sabe tudo voltou para o lugar, a paz não dá mais espaço para o medo, mas ainda é difícil viver esse momento, esse pequenino momento de transição sem dor, esse que eu ainda não conheço e não sei  para onde vai me levar. Logo você, que é tão importante podia me ensinar e me mostrar o caminho daqui por diante. Mas aí, já é uma responsabilidade que não é sua, é só minha. Eu só não queria que você fosse embora sem entender o que eu não consegui explicar... 

O que eu aprendi é que a compaixão é também uma forma de amar, e uma das formas mais lindas, pois traz para o meu coração, todo o amor que eu senti pelo outro, e enche a minha vida do outro, como ele é!

Tudo mudou e não há passado mais para se agarrar, simplesmente não existe mais nada para trás, só existe o que virá.... 




domingo, 16 de setembro de 2012

A estrada...

setembro 16, 2012 1 Comments

E em um determinado momento você começa a perceber que já viveu a maioria das situações que alguém te conta como se fossem inéditas. Você percebe que simplesmente não adianta, e a sua busca por novidade em caminhos que antes buscava, simplesmente não fazem muito sentido. 
Porque no final toda história parece ser repetida e todo futuro previsível. As coisas chegam ao nível de começarem a ficar meio chatas e sem sentido. 
Parece que você está revivendo as suas experiências e sendo obrigado a perceber que a sua teimosia só te fez perder tempo. E voltar nas experiencias dos outros, nada mais é. que voltar atrás nas suas experiêncais e ver que as suas certezas não passavam de ilusões e que ninguém pode viver uma vida d certezas infundadas. 

Acho que entendi errado a parte dos muros que cairão e o véu que se rasgou. Mais uma vez busquei referencias em um passado, nas minhas certezas e me vi novamente vivendo um Deja Vu, seja lá o que isso representa. Não adianta mais brincar de voltar no tempo e fazer de conta que o tempo não passou para viver o que devia ter vivido há tempos atrás, porque o tempo simplesmente não volta atrás. 

E as experiências começam, em mim, a tomar a forma de conhecimento e não mais de arrependimento e de, mais uma certeza que talvez seja infundada, que nada adianta tentar voltar  e que o tempo, pode sim voltar para que eu conquiste o que eu queria ter conquistado. Mas o tempo passou e as minhas experiencias que me fizeram conquistar outras coisas além do que eu queria, me fizeram diferente e me levaram, não para o caminho mais longo da conquista, mas para o caminho da conquista real. 

A hora de parar de achar que o que deveria ter sido é melhor do que o que foi. A hora de viver o que preciso viver e sentir que voltei atrás por vontade. Mas é chegada a hora de buscar o que eu realmente tenho o direito de seguir. 

A vida anda meio estranha prá mim. E as referencias antigas estão começando a não fazer mais sentido, porém estou começando a entender o que cada uma delas significou com essa retórica e constante "volta no tempo". Mas parece que é chegado o momento em que todas referencias do passado simplesemente se anulam e parece que o passado enfim foi pago. E que todo arrependimento ou as possibilidades de caminhos entroncados simplesmente não fizessem mais sentido. A minha sensação é a de ter caminhado agora, por todas as ruas que antes não caminhei. A sensação nítida de ter tido a oportunidade, e aproveitado muito bem, de  voltar no meu caminho e seguir agora, pelas estradas que escolhi deixar para trás em uma outra oportunidade. 

Mas o que, em determinadao momento, é muito, mas muito libertador. Também se fez desnecessário para o destino final, pois agora eu percebo o quanto o caminho que eu escolhi me mostrou um horizonte diferente, uma paisagem mais completa e que o quanto eu não sou atrasada,  eu simplesmente conheço mais de um caminho de chegar a um determinado local. 

A sensação é que sou uma viajante do mundo, e que agora eu cheguei, exatamente aonde eu queria, ou reclamava de não ter chegado antes. 

Sabe quando você faz uma viagem para um lugar que você não conhece, por um caminho que você conhece até determinado ponto, mas alguém te diz que o outro caminho é mais curto e mais bonito. Você pega a estrada mas, chegando no ponto que desconhece, enxerga uma placa interessante e resolve arriscar um caminho novo, que ninguém te informou ter passado por lá. O caminho é tão novo, que ninguém consegue ter nenhuma referencia e quando você conversa, pelo celular, com pessoas que fizeram o caminho conhecido, elas te informam que estão quase no destino e contam como é a vista que estão vendo. A agonia toma conta da sua alma, porque você não consegue ver nenhuma daquelas paisagens, simplesmente nenhuma! E você começa a não dar valor para as paisagens presentes no caminho, que você escolhei caminhar.  


É fácil seguir por um caminho que todos conhecem, buscar referencias em outras viagens, mas quando você resolve seguir um caminho diferente é dificil que os outros percebam o quão lindo é esse caminho e o quanto é interessante a paisagem que você descreve. Não é por maldade, não é por falta de interesse é simplesmente por falta de referencias. É aquela hora que o grupo de viajantes do caminho conhecido por todos se junta e conversa somente sobre o que já viu e ninguém, absolutamente ninguém pode falar sobre o caminho que você escolheu, porque ninguém o conhece e para todos, aquilo é apenas um caminho para chegar a um fim comum, um lugar de encontro, então qual é a graça de conversar sobre um caminho mais longo para chegar no mesmo lugar? 

A graça é que no caminho mais longo muitos viajantes se encontraram. E cada um queria ir para um lugar diferente. Cada um com seu caminho próprio- longo ou curto- para chegar no destino final. Muitas vezes você se encantou tanto com as histórias dos que viajavam pelo caminho que começou a, simplesmente querer chegar no mesmo destino, que lhe disseram. Mas esse não era o seu destino, não foi por isso e nem prá lá que você foi viajar.  E quem diria, que porcausa de uma estrada com dois caminhos, uma escolha por uma estrada diferente, você conheceria tanta gente e tanta possibilidade de caminhar? Como podem, os mesmos viajantes, que saíram rumo ao mesmo destino, não perceberem o quanto aquela estrada é diferente, interessante, mas que você, podia até demorar, mas chegaria ao mesmo lugar? 

Como???

Mas como cada viajante sabe o seu destino, ou pelo menos sai em direção a um destino pré estabelecido. Uma hora, você se lembra que esta quase indo para um outro lugar, pegando os seus caminhos mas indo em direção a estradas que te levariam a outro destino. Uma hora é preciso voltar, reconhecer que está na direção de outro destino e voltar para a estrada que te conduz ao local que você precisa chegar. 



E em um determinado momento, na volta, na você começa a olhar a estrada por onde caminhou pensando que te levaria ao mesmo destino. O caminho de volta sempre é mais curto que o de ida, já percebeu? E nessa estrada, no caminho da volta, para a bifurcação daquela estradinha que você escolheu um outro caminho você começa a reviver tudo que passou enquanto ia em direção ao seu destino final. E como aquela estrada nunca te levaria ao seu destino. Como você não percebeu isso antes? Mas quem você seria se não tivesse pegado a outra estradinha? 

Quem você seria sem todas aquelas experiências na ida? Porque a volta é sempre mais tranquila, é aquela sensação- e mais que sensação, certeza mesmo- de já ter passado por aqui e as lembranças de cada ponto do caminho. Se eu já passei por essa estrada eu sei o que me espera alí na frente, só que de trás prá frente, porque eu já sei a direção e sei de onde eu saí. Eu ou você, aqui eu volto para a primeira pessoa, mas foi proposital...

E, por um momento você esquece que aquela é a volta para aquele ponto da estrada que você decidiu seguir uma nova placa, e pensa que a volta é o novo caminho. É o caminho que te leva ao seu destino. Mas por um breve momento, descobre que ainda é só a volta para o ponto em que você resolveu pegar o caminho diferente. A sensação de atraso, de volta, de tudo de novo, sempre bate a porta e te acompanha, mas só até você perceber que a bifurcação ainda não chegou. 

E eis que chega o momento. O momento que você resolveu pegar a estrada diferente, o momento que viu aquela bendita placa que te guiaria para um novo- ou o mesmo destino- e resolveu desviar a sua rota. E você desvia, olha para a estrada que seguiu e dá um sorrisinho. Sabe que tudo aquilo foi bom, mas foi só uma estrada... Foi um caminho que te levou a conhecer muito melhor o seu próprio caminho, mas tudo que você viu naquela estrada foi fruto de uma longa viagem. Um conhecimento novo, pessoas  e amigos de viagem. Sabe aqueles amigos que você faz quando está viajando? Vocês seguem juntos até determinado ponto, mas chegou o momento de cada um seguir para o seu destino...

Foi bom viver tudo aquilo. Foi bom viajar por essa estrada e ir parando em cada ponto para conhecer profundamente cada região, mas nenhuma região daquela era a sua região, nenhum lugar era o seu destino, mas sim parte da sua jornada. 

Mas depois de ter conhecido tanta gente e tanta coisa diferente nessa estrada, chegou a hora de seguir para o seu destino. Naquela estrada que você havia escolhido não seguir. E seguindo por ela, escolhendo a outra estrada da bifurcação, começa o caminho rumo ao destino final. 

Ele começa um pouco diferente, mas até certo ponto, por mais diferente que seja são dois caminhos- um mais longo e um mais curto- que levam ao mesmo destino. E você percebe que só estava em outro caminho mas a possibilidade de fazer o percurso de volta e de seguir pela outra estrada mostra que você vai chegar ao mesmo destino final.. Mas você é teimosa, é curiosa e quer sempre saber se realmente o outro caminho é tudo aquilo que todos falavam. E você vê que é legal, mas é simplesmente um outro caminho... 

E você já conhece tudo aquilo. Já viveu aquela estrada, mas em outro caminho, já sabe que o seu destino e para onde você deseja ir. E agora, é uma privilegiada, pois pode contar dos dois caminhos. O cheio de atalhos e que você parou para ver o mar.  E agora, por mais que faça amigos pela estrada, por mais que se juntem para caminhar até um determinado ponto da estrada, você sabe aonde quer chegar e não se confunde mais nos caminhos dos outros.  Você segue, mas volta mais rápido para a sua estrada. Deixou de ser uma aventura muito louca para ser uma parada para reabastecer. É isso... uma parada... 

E o caminho continua.... e você consegue viver tudo de novo, e mais rápido- porque essa estrada é mais curta- que já viveu na estrada anterior. 

Eis que chega o momento em que as duas estradas não mais se cruzam. Lembra do momento que você percebeu que não podia continuar seguindo na estrada antiga e resolveu voltar?

Agora chegou o momento em que ninguém mais contava como era a estrada e como era a vista daquela estrada, pois você só ouvia a história do destino final. Mas a estrada continua... 

E agora? Para onde seguir? A estrada é nova... totalmente nova... mas você sabe, e agora tem mais que certeza, que está na estrada certa para chegar ao seu destino final.  Mas aonde buscar informações da nova estrada? Como saber com quem já caminhou? É hora de seguir em frente, de conhecer caminhos que são novos para as duas estradas.

Eis que acabam as informações, eis que o conhecimento dos guias de viagem é o que vai ter que te pautar. E você precisa caminhar, precisa seguir em frente. Sabe que a estrada é certa e só lhe resta acelerar para chegar ao destino final. Ninguém contou que seria estranho, ninguém contou que haveriam dúvidas na estrada. Ninguém contou que a estrada é diferente nesse momento e que de nada adianta buscar informações na estrada antiga. 

Você caminhou, viajou, percorreu caminhos diferentes- uns mais curtos outros mais longos- que te conduziram até a estrada certa que te leva ao seu destino e é hora de seguir em frente. Sem medo, sem dúvidas que está no caminho certo, sabendo aonde quer e aonde vai chegar, mas sem a menor ideia da estrada a percorrer...

O momento chegou.. a estrada é nova, e é hora de seguir em frente tendo a certeza do destino final, mas  Ã© a hora de conhecer o restante do caminho....

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

E vai chegando a hora, e quando o sonho bate a porta e quando não há outra alternativa a não ser, literalmente, embarcar no sonho, os "piratas" do mundo dos sonhos começam a atacar. Eles começam a aparecer para tentar te lembrar que o sonho é demais e pior, que o sonho não é seu.

Eles aparecem e desaparecem, eles chegam e pedem uma batalha, na verdade não pedem eles travam uma batalha, e você não tem como fugir. Eles chegam dominando o mundo e tentando fazer o mundo dos sonhos se transformar nos sonhos que eles sonharam. Chegam devagar e vão mudando tudo aos poucos, tentando modificar um detalhe aqui e outro ali. Esses são os piores! Mas há os que chegam com toda velocidade e travam uma batalha, mais sincera, para tirar do sonho o dono daquele mundo. O dono do sonho, o próprio sonhador!


É nessa hora que o sonhador tem que deixar de sonhar e tem que brigar pelo seu mundo. Colocar as espadas em punho e agir com toda a força para não deixar escapar nada, nem um só detalhe do seu mundo. Cuidar de tudo para que a terra não seja invadida e tirar todos os piratas invasores dali.

Nessa hora o papel de sonhador dá lugar ao guerreiro e a certeza da vitória faz acreditar e partir para cima. E confiar que tudo o que tem naquela terra é parte do seu sonho e que esse sonho tem um dono, e esse dono briga por tudo que está ali.

O guerreiro que não deixa os inimigos entrarem e que, só vence porque se vê como verdadeiro dono daquela terra. O guerreiro não pode, em nenhum momento, acreditar que aquilo não é bem o que ele esperava e tem que se manter firme e lutar em cada batalha para alcançar a vitória e defender a terra prometida.

Ele sabe que aquilo tudo lhe pertence e luta, mesmo que a vitória pareça distante, ele luta com as armas que melhor souber utilizar. Alguns piratas são quietos, são sorrateiros, tentam saquear as ideias, tentam fazer com que o guerreiro se sinta menor. Alguns são sonsos, e atuam como pessoas de bem saqueando pouco por vez, o que o guerreiro acumulou. Outros tentam formar uma equipe para saquear a terra prometida e, geralmente essa equipe começa a ser formada a partir dos que estão próximos do guerreiro.. Mas em algum momento, os piratas chegam para a batalha.

E a certeza da vitória mantém o guerreiro em pé e mantém a terra com as características da terra do guerreiro. Antes de entrar na batalha, ele pensa e, antes de tudo, confia na vitória. E sabe que não pode desistir, porque se desistir ele irá abrir mão do seu sonho. O seu sonho será entregue aos piratas e tudo e todos que viviam e dependiam daquele sonho simplesmente vão deixar de existir. Como um mundo que nunca aconteceu, com pessoas que nunca existiram. Lutar para manter o sonho é tão importante como começar a sonhar. Então o sonho, todos os dias, deveria ser renovado, ser revivido, para  que as batalhas não sufoquem o desejo de viver na terra prometida por quem um dia sonhou.

Dormir para descansar, como disse o nosso querido Walt Disney, também já não existe na minha vida. Pois desde o dia que descobri a minha força e decidi fazer, eu mesma, os meus sonhos acontecerem, eu só durmo para sonhar. E para manter esse sonho cada vez mais real...



Está chegando a hora....

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

A falta de sentir, a falta de um sentimento que me fazia sentir viva, me entristecia por vezes e em outras vezes me deixava sem rumo e sem certeza. O sentimento que me aprisionava e me tornava passiva. A falta de um sentido acabou me tornando um pouco sem sentido também.


A falta do sentir trouxe a certeza do tudo acabou. O sentido que procurava, a raiva que me atormentava ao menos era a certeza de haver um sentido naquele sentimento que hoje, simplesmente não existe mais.

O sentimento virou lembrança e a lembrança virou passado e o passado não virou saudade. E o que me atormentou por um tempo, hoje simplesmente se mostra sem sentido.

A falta de sentido e sentimento me faz sentir estranha. Porque é um sentimento novo no meio de tanta falta de sentimento. A busca e o crescimento e a certeza do tudo acabou me transformam, oficialmente, em uma pessoa nova e me faz ter certeza que a vida mudou.

Você já desligou o telefone de madrugada e, com vontade de chorar não conseguiu mais dormir?

Eu desliguei o telefone de madrugada e a ausência total da vontade de chorar me fez perder o sono.

E agora me faz pensar e não mais conseguirei sentir novamente. Precipitada, eu? Pelo menos ansiedade eu continuo sentindo..