E mesmo sem saber, sem ter como mensurar ou até mesmo como
nomear. E mesmo sendo uma percepĂ§Ă£o de uma realidade futura, que cada vez mais
se faz presente, e mesmo depois de tantos conselhos e
de tanto bem querer, de tudo mudado, tudo consertado- ou
bagunçado- e sem saber ao certo para onde ir. Depois de toda a confusĂ£o e, com
a incrĂvel sensaĂ§Ă£o de estar no centro das modificações, naquele lugar em que
as coisas começam a desmoronar e ao mesmo tempo começam a se edificar. No exato
momento em que o fim e o começo se fundem em um e nĂ£o se identifica, nĂ£o se
sabe muito bem se  Ă© o começo do fim ou o que quer que seja, mas Ă©
claro, evidente que nĂ£o Ă© o fim do começo, a nĂ£o  ser quando se pensa em fim como uma finalidade
e nĂ£o como um tĂ©rmino. Aquele momento do nada a fazer, da espera.  A
angustia de agir se torna iminente  mas a incapacidade de aĂ§Ă£o-
devido a nĂ£o previsĂ£o Ă³bvia e atĂ© mesmo, exclusĂ£o do fator “futuro”- faz com
que parar e esperar seja nĂ£o a melhor, mas a Ăºnica opĂ§Ă£o possĂvel. 
E essa espera e, aparente incapacidade de agir,
traz de forma incrĂvel e inesperada um sentimento de paz. Uma paz,
nĂ£o da segurança do futuro, mas  da
segurança do presente e de saber que nada- absolutamente nada- é resolvido fora
do momento presente e que, sensações nĂ£o podem ser negadas ou sublimadas.
AliĂ¡s, atĂ© podem, mas a negaĂ§Ă£o nĂ£o Ă© garantia de esquecimento.
E nesse momento de angustia e paz, traduzido em paciĂªncia e talvez, um pouco de complacĂªncia, comecei a perceber que nĂ£o Ă© possĂvel e nem seguro se traduzir na percepĂ§Ă£o alheia e, talvez nem mesmo na minha forma de expressĂ£o. NĂ£o tenho autonomia para identificar ou definir a percepĂ§Ă£o da minha essĂªncia, nos olhos do outro.
E nesse momento de angustia e paz, traduzido em paciĂªncia e talvez, um pouco de complacĂªncia, comecei a perceber que nĂ£o Ă© possĂvel e nem seguro se traduzir na percepĂ§Ă£o alheia e, talvez nem mesmo na minha forma de expressĂ£o. NĂ£o tenho autonomia para identificar ou definir a percepĂ§Ă£o da minha essĂªncia, nos olhos do outro.
E todas as angustias acabam me trazendo de volta a um tema,
que por mais que eu tente confundir ou escrever, nĂ£o consigo. Simplesmente sĂ³
consigo sentir! E por mais que tente vislumbrar um futuro sĂ³ consigo vivenciar
as sensações do agora. Eu
paraliso! 
É exatamente isso, Ă© uma sensaĂ§Ă£o estranha, paralisante e
muito fĂ¡cil de ser definida antes e depois, mas no momento Ă© como se nĂ£o
pudesse. É como se nĂ£o houvesse passado e
futuro, na verdade passado ainda existe...e pano de fundo..e situaĂ§Ă£o de vida...e
empecilho...e todo tipo de situaĂ§Ă£o adversa...e sentimentos se sim e nĂ£o... e vontade de sumir... e vontade de ficar..
Tudo existe, mas Ă© como se eu simplesmente nĂ£o pensasse e nĂ£o soubesse de verdade, como serĂ¡ ou como seria... sĂ³ a certeza e a importĂ¢ncia do estar alĂ.. e aquele alĂ e aquele agora.. vai virar um agora e um dia de muito mais que vinte quatro horas e muito mais que quatro... cinco ou seis dimensões...
Tudo existe, mas Ă© como se eu simplesmente nĂ£o pensasse e nĂ£o soubesse de verdade, como serĂ¡ ou como seria... sĂ³ a certeza e a importĂ¢ncia do estar alĂ.. e aquele alĂ e aquele agora.. vai virar um agora e um dia de muito mais que vinte quatro horas e muito mais que quatro... cinco ou seis dimensões...
E estar presente Ă© estar com vocĂª... e nunca importou aonde
e quando.. nunca houve passado ou futuro... e nunca houve um lugar...
Mas o que fazer no agora quando nĂ£o se sabe muito bem o que
esperar do futuro? NĂ£o Ă© por nada. NĂ£o Ă© pelo erro e nem pelo acerto. E nem
pela falta de previsĂ£o. É pela vontade de ficar naquele momento e nĂ£o me
importar com mais nada. É sĂ³ o momento!Incerto? Irreal? Surreal? 
De alguma forma a sua presença Ă© tĂ£o presente e importante
quanto nunca havia sido nenhuma... . foi aquele olhar... foi o tempo... e foi
tudo que nĂ£o havia sido e que um dia serĂ¡... 
Me espera? Me busca? Me ajuda? Me leva?