sexta-feira, 22 de maio de 2015

Respeitável Público...

E um dia tudo mudou... na verdade mudou a perspectiva de um mundo em que eu achava que habitava, mas vi que por ele eu só passeava. Mudaram as palavras, mudaram os sentimentos, mudaram as prioridades, eu mudei...

E esse processo, enquanto processado raramente é percebido, mas no meio disso tudo eu entendi que pouco importa o destino, o que vale é o caminho. Eu sei, já tinha percebido (e escrito isso aqui) faz tempo, mas é justamente durante todo esse tempo. Foram crises,  cobranças e um monte de expectativa que, sinceramente não consigo nem entender o porque, já que eu mesma percebia em todos aqueles momentos que pouco me importava o que esperar. E a verdade é que sempre pouco importou. Mas não foi sempre assim....

Eu precisei me desintegrar, precisei olhar para dentro para descobrir quem eu realmente era e quando eu descobri, me aceitei e me amei, vi que na verdade tudo isso só importava para mim. Porque continuava sempre, sendo a expectativa de alguém. Sempre! Mas comecei a perceber que não mais me reconhecia na expectativa de ninguém e, por um momento isso me fez questionar quem eu era de verdade. Como viver sem esperar e o que? Mas o que esperar quando você não faz ideia do que esperam de você?

E comecei a perceber que precisava e, mais que precisar que eu queria, viver não mais pelas minhas expectativas mas pelas minhas sensações e viver o meu agora e transformar o mundo no mundo que eu acredito. E curiosamente esse mundo que eu acredito nada tem a ver com o mundo que decidiram criar para que eu vivesse e assim percebi que devem existir algumas tantas de mim espalhadas por aí... Mas que elas e as expectativas sobre elas, deixaram de me importar, porque deixaram de fazer sentido para mim. Na verdade eu acho que parei de pensar sobre o sentido que deviam fazer e comecei a pensar sobre o sentido que importava, o meu sentido, o sentido de existir.

E naquele momento em que eu podia ter morrido, eu vi que eu realmente morri. Mas quem realmente morreu alí não foi quem eu era de verdade. Na verdade aquela foi somente mais uma das oportunidades que tive de renascer. Talvez a melhor e mais significativa oportunidade e, eu resolvi agradecer todos os dias, noites, horas, minutos, a todo momento, por ela existir.  E foi aí que a minha vida saiu das mãos e da mente de quem quer estivesse e que eu enfim, passei a existir.

A partir dalí, a vida mudou. Eu posso não ter percebido durante o processo, pois toda gestação causa um certo estranhamento, mas eu senti. E eu renasci!  E deixei ali, naquele dia, de ser toda expectativa de alguém ou de me importar com o que eu seria, só resolvi SER. E estou sendo...

Eu fui sem definição, eu vivi todos os sentidos que queria ter vivido e vi que nada daquilo mais me fazia sentido. E vi que não sou uma anotação de contas, ou uma prestação delas em um caderno e que não é isso que eu vou deixar para o mundo, para o meu mundo. E por um momento eu parei de contar para criar a minha história... e viver a minha história....

E não pretendo deixar um caderno com contas e anotações de gastos, não... Sou muito mais que isso, sou toda a experiência que  vivi e não consegui quantificar. Não sou dívida, me desculpe mas não vou aceitar essa expectativa de lucro e juros sobre investimento, pois nada disso me define. Meu lucro não é presumido e tampouco deixo dívidas no meu caminho... Eu resolvi acertar minhas contas, com a vida, com o destino e com a graça Universal que me permitiu continuar a minha jornada, mais uma vez...

Resolvi ser o amor que eu acredito merecer e merecer a chance de viver. E viver por mim, não mais por ninguém. E não deixo dívidas, não me sinto devedora da vida, muito pelo contrário. Eu tracei o meu caminho e se tem algo que eu me orgulhe é da multiplicação de histórias que eu ouvi e contei. E de quantas plataformas aprendi e das vidas que conheci...

Não... não sou dívidas... e caderno por caderno, eu tenho vários com anotações, borrões, sonhos e planos muito mais definidos que os números com os quais tentou me definir. Posso mostrar todos, um por um, pois os faço desde que aprendi a escrever... Mas infelizmente, isso não tem sentido, pois não tem valor... São sonhos realizados e caminhos traçados mas não foram as expectativas de alguém para a minha vida. Que não consegue conversar, não sabe das minhas histórias pois não aprendeu a ouvir, ou talvez tenha desistido de sonhar...  Pois sonhar não dá lucro...

Mas posso ser tudo, menos prejuízo e da vida que ficou. Das dívidas anotadas e dos cadernos que restaram, infelizmente os números em vermelho fizeram mais sentido que os corações que eu rabisquei. Não para mim! Não para a minha vida... eu nunca procurei te gerar lucro, só tentei te fazer sentir orgulho pelo que eu era.... mas como conseguiria, se durante tanto tempo pensei ser o que você queria que eu fosse e me esqueci de quem eu era... mas percebi que você não faz a menor ideia do que queria para mim... e por isso anotou todos os números... pois foi assim que você aprendeu a deixar de sonhar...

Gratidão vida! Pela oportunidade de (re)nascer quem realmente. Eu prometo não te decepcionar, mas por favor, prometa tentar me amar do jeito que eu descobri ser....  E que comece o show... com ou sem aplausos... é hora de seguir em frente! O palco já está armado e esse roteiro é transmídia... entra em cena e faz o seu melhor, sempre! A bilheteria é o resultado da apreciação, mas não é a expressão do seu talento!

Sinto decepcionar... não trabalhamos com mainstream.... trabalhamos com arte e sensação... somos vanguarda... e, sim... a bilheteria VIRÁ! Mas por favor, pare de anotar e tente prestar atenção (pelo menos por um minuto) no que o show quer te mostrar.... e tente não me julgar.... seja (só) a minha platéia... você vai gostar!

2 comentários:

Henrique Silva disse...

Nossa!.. Como vc escreve bem!!

Unknown disse...

Te amo minha lindinha. Mil beijos e abraços.
Sua mae que te ama e que um dia, certamente, vai conseguir entrar no seu mundo e te entender.