terça-feira, 28 de agosto de 2007

causos....

Bom hoje eu estou indo pra São José dos Campos, visitar um amigo.. Eu sei que é super perto mas tem tanto tempo que eu não conheço um lugar novo que estou até ansiosa.. huahuhuau
Eu adoro viajar, gosto mesmo, acho que faz um bem imenso conhecer gente nova, lugares novos, sejam estes lugares bonitos ou feios o que importa é ser diferente.
Essas minhas pseudo-viagens de casa para o trabalho e do trabalho pra casa sempre me rendem alguns pseudo-coleguinhas e eu acho super interessante ver como as pessoas ao nosso redor tem uma vida tão diferente da nossa. É tudo tão pertinho, mas as vezes o nosso próprio vizinho tem uma realidade tão distante da nossa que nem parece que ocupamos o mesmo endereço, só nos diferenciamos pelo complemento na hora de preencher um cadastro.
Eu não sou nem um pouco bem humorada de manhã, não gosto nem de dar bom dia, todos os dias saio de casa reclamando em pensamento por trabalhar a duas horas de distância da minha casa e ter que pegar ônibus de viagem Todos os dias mesmo!!! Fico torcendo loucamente pra acontecer alguma coisa que me faça voltar pra cama... Mas na volta, por incrível que pareça eu agradeço por ter que pegar um ônibus de viagem, pq eu encosto minha cabeça na poltrona e durmo duas horinhas no meio da tarde...
Mas enfim, como sempre me desviei do meu ponto de partida, ia falar da diferença entre as pessoas não é?! Hoje de manhã- eu esperando o meu ônibus com aquele bom humor- um rapazinho e uma senhora puxaram papo- eu realmente odeio qualquer pessoa que puxe papo de manhã cedo, ainda mais duas pessoas que eu não conheço, preciso de no mínimo comer para estar apta a falar com alguém- mas não sei porque deixei que eles falassem e até interagi...
O menino tinha 19 anos mas parecia muito ter uns 12 ou 13, tava voltando pra casa depois de ter passado uns dias na casa dos tios. Perguntei se ele estava passeando e aproveitando as férias. Quando ele disparou a falar, por um momento me arrependi amargamente do momento que eu fiz essa pergunta, aliás do momento que eu respondi que o ônibus não havia passado e que eu também o estava esperando, mas depois abri meu coração e ouvi o que ele tinha a dizer.
O menino não tinha ido passear na casa dos tios, ele tinha ido trabalhar, já que o tio precisava de um ajudante de pedreiro. E começou a contar o que ele fazia, que tinha levantado não sei quantos muros e como tinha feito isso..
Ele falava com um orgulho, com um prazer por estar exercendo aquela profissão de servente de pedreiro que eu raramente vejo engenheiros ou médicos falando do seu trabalho. Detalhou sobre os trabalhos realizados e encheu a boca pra falar que realizava serviços que só um pedreiro profissional fazia. E ele ainda era servente..
Deixei ele falar e só fui perguntando ou acrescentando umas exclamações tipo “é mesmo?!?!”, “nossa!!!”, “caramba!!!” e ele falou que estava saindo de Volta Redonda com muito pesar mas que o avô, um senhor aposentado que trabalha como vigia, tinha arrumado um serviço pra ele em Barra do Piraí, ou Vassouras, não me lembro bem, mas ele tinha deixado uma namoradinha em Volta Redonda e não queria que ela o esquecesse. Eu achei uma graça quando ele disse ter plantado uma roseira no jardim da casa da menina e a mãe dela achou aquilo lindo..
Eu fico impressionada com as pessoas que tem uma vida com restrições financeiras e falam do seu trabalho com orgulho. Com pessoas que não têm vergonha de fazer o que fazem e se orgulham por se sentirem úteis. Enquanto tantas outras, vide a minha pessoa, só reclama do seu próprio trabalho e de não ter o seu valor reconhecido. De trabalhar longe e ter que pegar dois ônibus e estrada todo dia.. e de um monte de outras coisas..
Voltando ao Fernando, só fui saber o nome do menino na hora que eu desci do ônibus, ele continuou contando que o dinheiro estava pouco e não podia recusar trabalho. O orgulho com o qual ele contou que deu um tanquinho para a mãe realmente me arrancou um leve sorriso as 7 e pouca da manhã... ele tem um irmão deficiente auditivo e se vê na obrigação de trabalhar para ajudar em casa..
E quando o ônibus passou ele se sentou ao meu lado- bom vamos combinar que a minha cota de bom humor e cortesia matinal já estava se esgotando né?! Realmente fiquei tocada com a história do carinha, mas daí a ficar falando no meu ouvido duas horas durante a viagem era um pouco demais-. Deixei ele falando mais um pouco e depois falei que ia tirar um cochilo e fechei meus olhos. Mas mesmo sem aquela matraca ambulante falando ao meu ouvido não consegui parar de pensar no que ele havia falado e em como eu reclamo demais. Ás vezes é legal receber uma boa dose de realidade para acordar. Todas as pessoas no mundo tem alguma coisa pra passar, desde que se permitam. Se a gente olhar em volta pode aprender tanta coisa com as experiências dos outros...
Bom é isso.. Espero que o final de semana seja bem legal..

2 comentários:

Dani disse...

Oi Tha adorei seu cantinho ...Sobre o post,essa semana eu tb tive uma provação acredito que Deus poe pessoas como esse rapaz em nossos caminhos para que qdo levantarmos ao menos lembremos de agradeçe lo por mais esse dia!!! Que bom assim podemos nós conhecer melhor beijão e otima semana DAni

CS Empreendimentos Digitais disse...

uau! q coisa heim?! isso sempre me acontece... rsrrs. não q eu reclame, imagina, nem reclamo tanto não - só um pouco!
vc tá trabalhando onde? 2h de ônibus??
eu pego 2 ônibus tb, todos os dias de manhã... e mais um no final da tarde, qdo vou pra faculdade.
mas é isso aí mesmo, vamos vivendo e lutando para ter um dia mais feliz que o outro!
bjs kirida
=]
~cin~